quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

VINHAS DE ONDE? por Marcelo Vinhas


Era uma vez uma longa corrida num circuito de alta velocidade. Na pole position um representante do campeonato interno por equipes da Academia. A equipe de Zilber largou melhor que as demais com um dia de antecedência, quando Paulo Emílio foi substituído por Alexandre Gomes.  Alixa teria papel fundamental atuando nos boxes ao lado de Lucas, enquanto seu chefe pilotava.

Na segunda fila largou Marcelo Mallet, pilotando um carro da equipe do manager Breno. Ao seu lado Mallet tinha Cristiano, no comando de um carro de uma escuderia inglesa.

Passavam-se setenta e quatro voltas quando Mallet liderava, após ultrapassar seu companheiro de equipe Carlos Kuhn. Neste momento nas arquibancadas da pista já era possível escutar os estouros de fogos de artifícios vindos da Arena. Independente da cor da camisa, quem viu sabe que por enquanto nunca existiu nada igual em nosso país.

Muito sinais de evolução vindos de manifestações coloradas no facebook, entendendo a Arena como parte de uma necessária evolução estrutural do nosso futebol, rumo aos padrões internacionais. Infelizmente a “geral” nos fez ter a certeza de que, apesar do espetáculo, estamos no Brasil.

A corrida aproximava-se da nonagésima oitava volta quando no Box da escuderia inglesa alguns mecânicos escutaram a inconfundível voz de Bruce Buffer reverberar apresentando o nome de Maurício Shogun Rua no “red corner”, no exato momento em que Cristiano assumia a liderança da prova.

O que aconteceu com Maurício Rua? Depois de nocautear Lyoto Machida, Shogun simplesmente cansou após o primeiro round de todas as lutas seguintes. Isso é um absurdo para um atleta do UFC.

A corrida se aproximava dos quilômetros finais quando Zilber, na segunda colocação, já perdia as esperanças de assumir a ponta. A prova chegava ao fim. Ia ser dada a bandeirada. E para a nossa alegria, quem estava liderando na última curva? Chegando à reta final. Quem? Ninguém sabe? Só poderia ser ele, Cacá Bueno! Ao final da corrida Cacá levou o título, mas perdeu de ganhar um milhão de reais. O corredor declarou que “o dinheiro é papel, mas o título é história”. 

Perdoem-me os que não viram o filme. Em 1942 o general George Patton foi enviado ao norte da África para comandar o terceiro exército dos Estados Unidos. A missão era abrir uma segunda frente de batalha e dar suporte às tropas inglesas que eram massacradas pelos nazistas liderados pelo lendário general Rommel.

Antes de chegar à Alemanha já sob domínio soviético, Patton cruzou a Europa percorrendo 2 mil quilômetros, conquistando 200 mil quilômetros quadrados de território, fazendo mais de 1 milhão de prisioneiros, deixando ainda 386 mil feridos e 144 mil soldados mortos. Ao final de tudo, Patton ainda queria atacar os soviéticos. Solitário, em plena paz e refletindo sobre como seriam seus dias seguintes, disse que “toda glória é efêmera”.

Se toda glória é efêmera, o que faz um título tão importante? E quem disse isso não fui eu, Cacá. Foi o general Patton. E ele não ganhou nenhum estadual de futebol de mesa e muito menos a Stock Car, Cacá. Ele só ganhou a segunda guerra.

Mas afinal, o que valia a corrida? Quem venceu? Não importa. Um dia ninguém mais iria lembrar mesmo, Cacá.

4 comentários:

Pedrinho Gmail disse...

David Coimbra.

Osmar disse...

No comentário acima, um leitor do David Coimbra!

Anônimo disse...

Para ficar melhor a matéia, acho que deveriam tirar a foto do Pelé e pôr a do Alixa de óculos escuros!
Aí sim ficaria bem!
Títulos para quê?O Chefe sábado passado, ganhou, saiu campeão e não deu tchau para ninguém!
Será que estava esperando esta premiação de 1 milhão?SSe for isso, podemos levar , para ele, UM MILHÃO no próximo sábado!

Caju disse...

Fala Vinhas...

Permita-me discordar, mas sugiro trocar o "General Patton" pelo General Vo Nguyen Giap, um dos maiores ou se não é, o maior estrategista de todos os tempos. Lecionava historia, não tinha formação acadêmica militar e travou embates (e venceu) contra França,Japão, Estados Unidos e China.

A coluna está ótima. Abraço Caju.