O título do estadual por equipes de liso conquistado pela Academia de Futebol de Mesa foi mais do que merecido, mas mais do que isso, veio na hora certa. Embora a AFM se orgulhe de seus resultados, tanto individuais quanto como equipe, ainda faltava esse título.
Individualmente, temos o botonista mais completo do Rio Grande do Sul (Marcelo Iost Vinhas) e o único capaz de consistentemente realmente fazer frente aos baianos no liso. Na modalidade livre, o Marcelo já foi campeão e vice no estadual de juniores, campeão e vice da Taça RS, campeão estadual com 11 vitórias e 1 empate (a melhor campanha de todos os tempos) e vice campeão brasileiro. Somente esses resultados já o colocariam num seleto grupo dos botonistas mais bem-sucedidos do nosso estado. Mas o mais importante não é o que o Marcelo atingiu no livre, mas sim no liso: 2 campeonatos estaduais (de 4 disputados), 3 centro-sul (de 3 disputados), e o mais difícil para mim: três anos consecutivos chegando ao mata-mata do campeonato brasileiro de liso. Essa capacidade de ser bem-sucedido nas duas modalidades é o que me faz dizer, sem sombra de dúvidas, que o Marcelo é o botonista mais completo do RS.
Ainda individualmente, o Juarez e o Pierobom já foram campeões estaduais, o Osmar, o Pierobom e o Michel já foram campeões da Taça RS, o Luis Fernando já foi campeão brasileiro, o Augusto já foi campeão centro-sul, o Malhão já foi campeão estadual de veteranos, o Bruno já foi campeão estadual juvenil e junior, o Mateus já foi terceiro colocado no campeonato brasileiro de liso, o Zilber já foi vice campeão estadual, eu já fui terceiro colocado no Brasileiro, o Figueira já foi vice no estadual de veteranos.
Até como equipe tínhamos bons resultados: a AFM já ficou em segundo, terceiro e quarto lugar no estadual de equipes livre e já foi vice campeã brasileira por equipes no liso. Além disso, vários de nossos botonistas já foram campeões estaduais por equipe defendendo outras associações. Mas ainda faltava o título por equipes.
Durante as últimas semanas, foi muito difícil estar aqui do outro lado do mundo. Esse campeonato foi difícil de acompanhar estando aqui. Cada vez que eu ligava para o Osmar para saber dos resultados, meu nervosismo ia aumentando, e não diminuindo. Eu não conseguia fazer mais nada por aqui sem pensar no que estaria acontecendo nas mesas. Na sexta, fiz a insanidade de ligar para o Marcelo às 23:15h no horário do Brasil: ISSO MESMO, 2:15h da madrugada em Londres. Mas as insanidades não pararam por aí.
O diabinho na minha cabeça me fazia pensar: O Augusto estaria dando vários dois toques? O Marcelo estaria chutando no travessão? O Zilber estaria cavando que nem a cara dele? O Mateus estaria desconcentrado? Felizmente, na maior parte do tempo eu pensava: O Augusto não está dando qualquer chance para os outros atacarem ele. O Marcelo está pressionando os caras por 50 minutos, como de costume. O Zilber está berrando. O Mateus está fazendo gols impossíveis. E cada nova ligação para o Osmar confirmava que o segundo “eu” era o que estava certo.
Quando o Osmar me disse ao telefone: “Acabamos de virar contra Caxias” tudo mudou. Eu deixei de ficar nervoso e, a partir daquele momento, eu sabia: SEREMOS CAMPEÕES. E quando eu digo seremos no plural, eu realmente quero dizer no plural. Digo isso porque a AFM é uma grande família, que como todas as famílias, tem seus altos e baixos, seus atritos, seus problemas. Sei também que somos uma família diferente, pois vivemos num regime absolutista: temos um Chefe. E que Chefe...
O nosso Chefe é talvez a pessoa mais importante para definir o que é a AFM. Como eu e o Marcelo costumamos dizer: “O Zilber é a pessoa mais gente fina do mundo”. Quando dizemos isso, não é mais uma das nossas brincadeiras com o nosso Chefe: realmente pensamos isso. O Zilber talvez seja uma das pessoas mais temidas do futmesa gaúcho: ouvir um berro do Chefe é algo inesquecível. Alguns jamais superam o trauma. Mas para aqueles que conhecem o Chefe de verdade, a oportunidade de conviver com ele é única. Primeiro porque perdemos o medo (nunca o respeito) do Chefe. Segundo, porque irritantemente notamos a cada dia que o nosso Chefe nos enche de orgulho. Ele nos enche de orgulho quando ganha, ele nos enche de orgulho quando perde, e ele nos enche de orgulho quando apita. Terceiro, o nosso Chefe nunca nos deixa na mão.
A insanidade continuou ao longo do sábado, gerando um choro de emoção no banheiro do shopping center Westfield em Londres, quando o Osmar me falou que estávamos ganhando por 3x0 da Pelotense e, portanto, conquistando o título antecipado. Mas comigo a insanidade não tem limites: até tomar champagne sozinho para celebrar, eu tomei. E os meus amigos sabem que isso significa muito para mim, porque eu odeio champagne.
Voltando a falar da AFM, às vezes o pessoal não nos entende, pois estamos sempre brincando: seja nas vitórias, seja nas derrotas. Os repetidos episódios de botonistas que ficam com raiva do mundo e chegam a chorar quando perdem na mesa não acontecem com a gente. É claro que odiamos perder. É claro que jogamos para ganhar. Mas sabemos que nem sempre podemos ganhar: e saber perder requer uma maturidade que nem todos possuem. Talvez essa maturidade venha dos dinossauros da nossa Academia: Figueira e Paulo Malhão. Exceto quando o adversário é o Jorge Malhão, esses dois dinossauros nos ensinam todos os sábados que perder, empatar e ganhar fazem parte do jogo, mas, principalmente, que o caráter deles não muda por causa do resultado da mesa. E esse é um ensinamento e tanto.
Além do que já foi dito, jogar na AFM tem outra vantagem difícil de achar: temos um narrador nos nossos jogos de sábado (Jorge Malhão). O Malhão nos faz sentir algo estranho: nos sábados que ele está lá, suas narrações e o barulho constante nos incomodam profundamente. Quando ele não está, a falta de suas narrações e barulho constante nos incomodam ainda mais.
A AFM também tem um monte de gente com o sobrenome Pierobom, começando pelo patriarca, o famoso campeão estadual especial no seu primeiro ano de futmesa. O Pierobom é um exemplo para nós, tanto pelos 10 mandamentos afixados na sede, como pela postura em cima da mesa. Jogar com o Pierobom é difícil, porque se saímos ganhando (o que não é muito comum), dá vergonha de fazer retranca para segurar o resultado, porque quando ele sai ganhando (o que é comum), ele vem para cima com sede de quero mais. Como fazer retranca contra alguém como o Pierobom? Aliás, quando falo nisso, fico pensando nos nossos campeonatos externos e fico pensando: “Por que será que ninguém quer golear? Por que será que todos nós depois do primeiro gol ficamos satisfeitos se o jogo acabar 1x0?” Sei lá, talvez a gente tenha perdido o rumo em algum momento... Talvez o Victor Meeking esteja aí para nos mostrar que ainda é possível jogar para frente e ser vencedor.
Além do Velho Pierobom, já tivemos o Michel, temos o Tiago e o Mateus. O Mateus, aliás, fez parte da equipe que venceu o estadual no final de semana. A primeira coisa para dizer do Mateus é que ele é louco. Quem viu o grito dele contra o Elizandro no estadual especial alguns anos atrás sabe do que eu estou falando. Ele exagerou naquela vez assim como em várias outras. Por outro lado, o Mateus é extremamente honesto na mesa e já foi roubado escandalosamente em várias oportunidades (até no mesmo campeonato) e sempre deixa para lá. Afinal, será que alguém acha que ganhar (ou empatar) roubando tem graça?
Nosso campeão brasileiro atende pelo nome de Luis Fernando Silva, LFS para os íntimos, ou FÃ para os mais íntimos ainda. Ouvir um “tá lá dentro” do Luis Fernando já foi descrito como a pior sensação que alguém pode sentir numa mesa. Segundo o Figueira, o LFS é o único cara que consegue bater o pênalti à distância sempre por cima do goleiro, independente de onde o mesmo for colocado. E o melhor de tudo: o LFS sempre ganha do Chefe, e ainda consegue irritá-lo, algo que só eu, o Figueira, o Malhão e o LFS somos capazes de fazer.
Nosso presidente é o Osmar. E olha que falar do Osmar é difícil. Primeiro, porque ele é a maior cobra que existe na AFM. Antes que o pessoal se assuste, eu quero dizer “cobra” no bom sentido. O jogo começa e ele parece despretensioso. Daqui a pouco ele faz uma jogada e o cara pensa: será que o Osmar é burro? Depois de 3 minutos, quando tu está dando a saída após tomar o gol tu pensa: “BURRO SOU EU”. O nosso presidente teve um papel fundamental no título conquistado no final de semana. Ele enviou um email de boa sorte para a equipe que mexeu com todos os membros da AFM, seja aqueles que iam jogar ou aqueles que iam torcer. O nosso presidente é também responsável por revolucionar a AFM: sempre fomos amigos, mas ultimamente estávamos extremamente desorganizados. O Osmar recuperou nossa organização, o que foi extremamente difícil, mas certamente trouxe bons frutos.
Na AFM, também temos super heróis, e olhem que não estou falando do Zilber, e sim do Kill Bill. Esse cara joga conosco todos os sábados há mais de cinco anos e em todo esse tempo eu nunca ouvi ele falar mal de alguém. Não preciso dizer mais nada para definir o caráter do Christian. Além dele temos o Homem Pássaro, também conhecido como Alexandre, ou Alixa, uma combinação do seu nome com a sua preferência sexual. Esse é outro que merece destaque: o Alexandre é um dos maiores ladrões do futmesa gaúcho. Ele rouba em todos os jogos, várias vezes. O problema é que ele rouba contra ele, e não a favor. O Alexandre é um dos jogadores mais técnicos que eu conheço e, sem dúvida, o cara que eu tenho mais dificuldade de derrotar na AFM (o Marcelo é “fichinha” perto do Alixa).
Recentemente, começou a jogar conosco o irmão do Marcelo, mas não teve nenhuma graça. Nosso sonho sempre foi que ele começasse a jogar enquanto era iniciante, para que pudéssemos golear ele para nos vingarmos das derrotas sucessivas para o Marcelo e Osmar. Só que os Iost (Marcelo + Osmar) só deixaram o Otávio começar a jogar quando o mesmo não era mais um “carne fresca”. O Otávio é conhecido pelo sobrenome Harrison, devido a similaridade com o segundo Beatle (George) mais famoso (depois do fenomenal John Lennon).
Com o passar dos anos, fizemos contratações que mudaram a cara da AFM. Primeiro, trouxemos o Juarez Fuão, que chegou com fama de campeão estadual aos 16 anos de idade. Bastaram alguns dias para notarmos que além de um botonista que nunca perde em campeonato externo, tínhamos contratado alguém com a cara da AFM. O Juarez é um daqueles Beatlesmaníacos que até já teve uma banda cover dos Beatles, na qual ele fazia o papel de John Lennon. Na mesa, o Juarez, além de jogar muito no livre, está, INFELIZMENTE, aprendendo a jogar liso rapidamente. Acabou a barbada. Fora dela é hoje um dos membros mais importantes da família AFM.
Mais recentemente, contratamos o Augusto. Sinceramente, não sei o que falar do Augusto. O cara que perde uma final de campeonato externo para mim não pode ser levado a sério. E não é que o cara deu certo? Aliás, todos já sabíamos que ele jogava muito. O que não sabíamos é que ele era tão gente fina. Aliás, de tão gente fina, ele gosta de dar pelo menos um dois toques para cada adversário por jogo. O Augusto mudou um pouco o nosso espírito, pois desde que chegou ele disse: “EU QUERO GANHAR UM ESTADUAL POR EQUIPES PELA ACADEMIA”. Para muitos, essa frase poderia passar desapercebida, mas não para mim(e nem para o Marcelo): afinal, que cara é esse que pensa primeiro no Equipes para depois pensar nos campeonatos individuais? É esse o cara que queremos, pensei na época. Depois desse final de semana, o Augusto finalmente está livre para almejar seus títulos individuais... e sabemos que eles virão, exceto se ele me enfrentar na final.
Agora, chegando ao final da coluna, alguém pode perguntar a razão pelo título que eu escolhi para a mesma. Bem, por tudo o que eu disse, fica fácil de entender que mesmo longe, nunca estive tão perto dos meus amigos, os quais me fizeram CAMPEÃO ESTADUAL POR EQUIPES À DISTÂNCIA, um título que me enche de orgulho e alegria. Minha famosa estante está agora mais recheada, não só pela chegada de um novo objeto, mas sim pela certeza de que os troféus mais importantes, que são os meus amigos, continuarão intactos para sempre, e estão felizes momentaneamente com esse título conquistado por um grupo de amigos, e não por um grupo de jogadores.
Até como equipe tínhamos bons resultados: a AFM já ficou em segundo, terceiro e quarto lugar no estadual de equipes livre e já foi vice campeã brasileira por equipes no liso. Além disso, vários de nossos botonistas já foram campeões estaduais por equipe defendendo outras associações. Mas ainda faltava o título por equipes.
Durante as últimas semanas, foi muito difícil estar aqui do outro lado do mundo. Esse campeonato foi difícil de acompanhar estando aqui. Cada vez que eu ligava para o Osmar para saber dos resultados, meu nervosismo ia aumentando, e não diminuindo. Eu não conseguia fazer mais nada por aqui sem pensar no que estaria acontecendo nas mesas. Na sexta, fiz a insanidade de ligar para o Marcelo às 23:15h no horário do Brasil: ISSO MESMO, 2:15h da madrugada em Londres. Mas as insanidades não pararam por aí.
O diabinho na minha cabeça me fazia pensar: O Augusto estaria dando vários dois toques? O Marcelo estaria chutando no travessão? O Zilber estaria cavando que nem a cara dele? O Mateus estaria desconcentrado? Felizmente, na maior parte do tempo eu pensava: O Augusto não está dando qualquer chance para os outros atacarem ele. O Marcelo está pressionando os caras por 50 minutos, como de costume. O Zilber está berrando. O Mateus está fazendo gols impossíveis. E cada nova ligação para o Osmar confirmava que o segundo “eu” era o que estava certo.
Quando o Osmar me disse ao telefone: “Acabamos de virar contra Caxias” tudo mudou. Eu deixei de ficar nervoso e, a partir daquele momento, eu sabia: SEREMOS CAMPEÕES. E quando eu digo seremos no plural, eu realmente quero dizer no plural. Digo isso porque a AFM é uma grande família, que como todas as famílias, tem seus altos e baixos, seus atritos, seus problemas. Sei também que somos uma família diferente, pois vivemos num regime absolutista: temos um Chefe. E que Chefe...
O nosso Chefe é talvez a pessoa mais importante para definir o que é a AFM. Como eu e o Marcelo costumamos dizer: “O Zilber é a pessoa mais gente fina do mundo”. Quando dizemos isso, não é mais uma das nossas brincadeiras com o nosso Chefe: realmente pensamos isso. O Zilber talvez seja uma das pessoas mais temidas do futmesa gaúcho: ouvir um berro do Chefe é algo inesquecível. Alguns jamais superam o trauma. Mas para aqueles que conhecem o Chefe de verdade, a oportunidade de conviver com ele é única. Primeiro porque perdemos o medo (nunca o respeito) do Chefe. Segundo, porque irritantemente notamos a cada dia que o nosso Chefe nos enche de orgulho. Ele nos enche de orgulho quando ganha, ele nos enche de orgulho quando perde, e ele nos enche de orgulho quando apita. Terceiro, o nosso Chefe nunca nos deixa na mão.
A insanidade continuou ao longo do sábado, gerando um choro de emoção no banheiro do shopping center Westfield em Londres, quando o Osmar me falou que estávamos ganhando por 3x0 da Pelotense e, portanto, conquistando o título antecipado. Mas comigo a insanidade não tem limites: até tomar champagne sozinho para celebrar, eu tomei. E os meus amigos sabem que isso significa muito para mim, porque eu odeio champagne.
Voltando a falar da AFM, às vezes o pessoal não nos entende, pois estamos sempre brincando: seja nas vitórias, seja nas derrotas. Os repetidos episódios de botonistas que ficam com raiva do mundo e chegam a chorar quando perdem na mesa não acontecem com a gente. É claro que odiamos perder. É claro que jogamos para ganhar. Mas sabemos que nem sempre podemos ganhar: e saber perder requer uma maturidade que nem todos possuem. Talvez essa maturidade venha dos dinossauros da nossa Academia: Figueira e Paulo Malhão. Exceto quando o adversário é o Jorge Malhão, esses dois dinossauros nos ensinam todos os sábados que perder, empatar e ganhar fazem parte do jogo, mas, principalmente, que o caráter deles não muda por causa do resultado da mesa. E esse é um ensinamento e tanto.
Além do que já foi dito, jogar na AFM tem outra vantagem difícil de achar: temos um narrador nos nossos jogos de sábado (Jorge Malhão). O Malhão nos faz sentir algo estranho: nos sábados que ele está lá, suas narrações e o barulho constante nos incomodam profundamente. Quando ele não está, a falta de suas narrações e barulho constante nos incomodam ainda mais.
A AFM também tem um monte de gente com o sobrenome Pierobom, começando pelo patriarca, o famoso campeão estadual especial no seu primeiro ano de futmesa. O Pierobom é um exemplo para nós, tanto pelos 10 mandamentos afixados na sede, como pela postura em cima da mesa. Jogar com o Pierobom é difícil, porque se saímos ganhando (o que não é muito comum), dá vergonha de fazer retranca para segurar o resultado, porque quando ele sai ganhando (o que é comum), ele vem para cima com sede de quero mais. Como fazer retranca contra alguém como o Pierobom? Aliás, quando falo nisso, fico pensando nos nossos campeonatos externos e fico pensando: “Por que será que ninguém quer golear? Por que será que todos nós depois do primeiro gol ficamos satisfeitos se o jogo acabar 1x0?” Sei lá, talvez a gente tenha perdido o rumo em algum momento... Talvez o Victor Meeking esteja aí para nos mostrar que ainda é possível jogar para frente e ser vencedor.
Além do Velho Pierobom, já tivemos o Michel, temos o Tiago e o Mateus. O Mateus, aliás, fez parte da equipe que venceu o estadual no final de semana. A primeira coisa para dizer do Mateus é que ele é louco. Quem viu o grito dele contra o Elizandro no estadual especial alguns anos atrás sabe do que eu estou falando. Ele exagerou naquela vez assim como em várias outras. Por outro lado, o Mateus é extremamente honesto na mesa e já foi roubado escandalosamente em várias oportunidades (até no mesmo campeonato) e sempre deixa para lá. Afinal, será que alguém acha que ganhar (ou empatar) roubando tem graça?
Nosso campeão brasileiro atende pelo nome de Luis Fernando Silva, LFS para os íntimos, ou FÃ para os mais íntimos ainda. Ouvir um “tá lá dentro” do Luis Fernando já foi descrito como a pior sensação que alguém pode sentir numa mesa. Segundo o Figueira, o LFS é o único cara que consegue bater o pênalti à distância sempre por cima do goleiro, independente de onde o mesmo for colocado. E o melhor de tudo: o LFS sempre ganha do Chefe, e ainda consegue irritá-lo, algo que só eu, o Figueira, o Malhão e o LFS somos capazes de fazer.
Nosso presidente é o Osmar. E olha que falar do Osmar é difícil. Primeiro, porque ele é a maior cobra que existe na AFM. Antes que o pessoal se assuste, eu quero dizer “cobra” no bom sentido. O jogo começa e ele parece despretensioso. Daqui a pouco ele faz uma jogada e o cara pensa: será que o Osmar é burro? Depois de 3 minutos, quando tu está dando a saída após tomar o gol tu pensa: “BURRO SOU EU”. O nosso presidente teve um papel fundamental no título conquistado no final de semana. Ele enviou um email de boa sorte para a equipe que mexeu com todos os membros da AFM, seja aqueles que iam jogar ou aqueles que iam torcer. O nosso presidente é também responsável por revolucionar a AFM: sempre fomos amigos, mas ultimamente estávamos extremamente desorganizados. O Osmar recuperou nossa organização, o que foi extremamente difícil, mas certamente trouxe bons frutos.
Na AFM, também temos super heróis, e olhem que não estou falando do Zilber, e sim do Kill Bill. Esse cara joga conosco todos os sábados há mais de cinco anos e em todo esse tempo eu nunca ouvi ele falar mal de alguém. Não preciso dizer mais nada para definir o caráter do Christian. Além dele temos o Homem Pássaro, também conhecido como Alexandre, ou Alixa, uma combinação do seu nome com a sua preferência sexual. Esse é outro que merece destaque: o Alexandre é um dos maiores ladrões do futmesa gaúcho. Ele rouba em todos os jogos, várias vezes. O problema é que ele rouba contra ele, e não a favor. O Alexandre é um dos jogadores mais técnicos que eu conheço e, sem dúvida, o cara que eu tenho mais dificuldade de derrotar na AFM (o Marcelo é “fichinha” perto do Alixa).
Recentemente, começou a jogar conosco o irmão do Marcelo, mas não teve nenhuma graça. Nosso sonho sempre foi que ele começasse a jogar enquanto era iniciante, para que pudéssemos golear ele para nos vingarmos das derrotas sucessivas para o Marcelo e Osmar. Só que os Iost (Marcelo + Osmar) só deixaram o Otávio começar a jogar quando o mesmo não era mais um “carne fresca”. O Otávio é conhecido pelo sobrenome Harrison, devido a similaridade com o segundo Beatle (George) mais famoso (depois do fenomenal John Lennon).
Com o passar dos anos, fizemos contratações que mudaram a cara da AFM. Primeiro, trouxemos o Juarez Fuão, que chegou com fama de campeão estadual aos 16 anos de idade. Bastaram alguns dias para notarmos que além de um botonista que nunca perde em campeonato externo, tínhamos contratado alguém com a cara da AFM. O Juarez é um daqueles Beatlesmaníacos que até já teve uma banda cover dos Beatles, na qual ele fazia o papel de John Lennon. Na mesa, o Juarez, além de jogar muito no livre, está, INFELIZMENTE, aprendendo a jogar liso rapidamente. Acabou a barbada. Fora dela é hoje um dos membros mais importantes da família AFM.
Mais recentemente, contratamos o Augusto. Sinceramente, não sei o que falar do Augusto. O cara que perde uma final de campeonato externo para mim não pode ser levado a sério. E não é que o cara deu certo? Aliás, todos já sabíamos que ele jogava muito. O que não sabíamos é que ele era tão gente fina. Aliás, de tão gente fina, ele gosta de dar pelo menos um dois toques para cada adversário por jogo. O Augusto mudou um pouco o nosso espírito, pois desde que chegou ele disse: “EU QUERO GANHAR UM ESTADUAL POR EQUIPES PELA ACADEMIA”. Para muitos, essa frase poderia passar desapercebida, mas não para mim(e nem para o Marcelo): afinal, que cara é esse que pensa primeiro no Equipes para depois pensar nos campeonatos individuais? É esse o cara que queremos, pensei na época. Depois desse final de semana, o Augusto finalmente está livre para almejar seus títulos individuais... e sabemos que eles virão, exceto se ele me enfrentar na final.
Agora, chegando ao final da coluna, alguém pode perguntar a razão pelo título que eu escolhi para a mesma. Bem, por tudo o que eu disse, fica fácil de entender que mesmo longe, nunca estive tão perto dos meus amigos, os quais me fizeram CAMPEÃO ESTADUAL POR EQUIPES À DISTÂNCIA, um título que me enche de orgulho e alegria. Minha famosa estante está agora mais recheada, não só pela chegada de um novo objeto, mas sim pela certeza de que os troféus mais importantes, que são os meus amigos, continuarão intactos para sempre, e estão felizes momentaneamente com esse título conquistado por um grupo de amigos, e não por um grupo de jogadores.
Pedro Hallal
12 comentários:
Parabéns Academia. Aqui no Círculo Militar costumamos dizer que o grande campeão não se faz apenas por suas vitórias, mas pelo conjunto de suas atitutes seja na mesa ou fora dela. A coluna do Pedrinho,além de revelar sua saudade e admiração por todos seus companheiros de associação também nos mostra a união existente neste grupo. É bom ter a certeza que o caminho que também escolhemos, já há muito tempo, para trilhar fortalece amizades e forja campeões.
Parabén à todos.
Grande abraço.
Caco.
querido Pedrinho...
Tenhas a certeza de que jogamos por você também... e por todos os que fazem da nossa academia um dos lugares mais agradáveis do mundo...(pelo menos pra mim). Não faltarão oportunidades de vivermos emoções no futebol de mesa juntos amigo. E de preferência "tão perto e TÃO PERTO" abraço velhão!!!!!
Agradeço aos comentários do Caco e do Matias. Realmente o TÃO PERTO, TÃO PERTO seria melhor...
Difícil falar do Pedrinho.
Chego a pensar que tê-lo tão longe é muito bom.
Só assim podemos ter uma crônica como essa, elevando ainda mais a nossa estima, e só ele sabe fazê-lo com tanto desprendimento.
Nesse caso, é muito bom sentir saudade do Pedrinho, mas no fundo, o que gostaríamos de fato é que ele estivesse conosco para curtir a magia deste momento.
Obrigado Pedrinho.
Obrigado também aos nossos campeões, Marcelo, Mateus, Augusto e Zilber.
Sensacional...faltou-me adjetivos para qualificar um verdadeiro campeão.
Parabéns
Amigos da AFM
Meus parabens pela conquista !!!, e o significado de uma conquista por equipes, foi escrita de forma brilhante e com o coração em cada palavra do Pedrinho, mostrando o quanto é essencial a força de um grupo acima da disputa esportiva e das distâncias.
Um grande abraço
Nilmar
Grande Amigos da Academia, o título foi merecido, fico feliz quando termina um campeonato e o título fica em boas mãos, parabéns!
O que falar da coluna de Pedrinho...
O cara foi sensacional, falou com o coração!
Que belo exemplo!
Mas, o que mais me orgulha é quando saimos de casa e somos bem recebidos, tal como as nossas visitas a Academia, onde nos sentimos em casa. Eu posso dizer que na Academia todo mundo é gente fina!
Um grande abraço e não vejo a hora de podermos nos encontrar nas mesinhas novamente!
Parabéns Pedrinho, sensacional tua coluna, quando a gente deixa o coração falar, misturando a emoção do momento,conseguimos este resultado.Eu, particularmente falando, mesmo estando no COP, sinto que faço parte deste grupo pois somos todos praticamente da antiga APFM, sinto-me em casa quando estou aí na academiae, foram poucas vezes que pude frequentar mas sempre bem recebido.Deixando um pouco a seriedade de lado, talvez seja pelo fato de ter filhos jogando na Academia que me sinto tão bem!
Pedrinho, esta tua estada na terra da Rainha é para estagiar e quando voltares "enfrentar o chefe?"
Parabéns tchê,pela coluna e mais uma vez parabéns a TODA ACADEMIA, não só a equipe mas a família ACADEMIA!!!!!
Badia
Badia, estou fazendo um curso avançado para aumentar minhas chances de fazer frente ao Chefe, mesmo sabendo que isso é praticamente impossível. Obrigado pelas palavras.
ACADEMIA !
Gostaria muito de parabenizar esta turma de amigos pelo título, que pela campanha, muito merecido.
PEDRINHO !
Confesso que quando comecei a ler, estava esperando aquelas histórias engraçadas sobre a turma, porém, além de me divertir, comecei a me emocionar. Pois quem conhece o pessoal da Academia e o ambiente de jogos, pode dizer que é pura verdade.
Quando vou a Acdemia para bater uma bolinha o apenas visitar, o pessoal faz questão que eu me sinta a vontade. E realmente me sinto. Tenho prazer em visitá-los.
Me emocionei porque este clima de real parceria, sinto quando vou a Academia, sentia em Santa Vitória na época que jogávamos, hoje estou sentindo em Caxias onde fui muito bem recebido e já estou sentindo com o retorno dos amigos de Santa Vitória para os futuros campeonatos.
Enfim, ficamos bem quando rodeados de amigos, pois é isso que vale a pena, o resto é conseqüência.
Parabéns Academia, parabéns Pedrinho !!!!
Robson Bauer
Obrigado Robson. Espero em breve te encontrar num desses campeonatos, mas não na mesa... hehehehehe. Abraço
Pedrinho cagão!!!
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