Botões para a história

Na Academia de Futebol de Mesa a maioria dos técnicos possui a tradição de manter o mesmo time no decorrer dos anos. Além dos times, até mesmo as escalações são mantidas.

Cada equipe possui seus principais jogadores. O objetivo desta coluna é destacar a principal estrela de cada equipe, enfatizando algumas peculiaridades de cada jogador.


Baiaco há muitos e muitos anos atua no meio campo do tradicional Bahia, de Alexandre Schlee Gomes. Embora tenha se firmado no time como um jogador de marcação, costuma fazer mais gols que os atacantes.

Alexandre Gomes, um jogador de rara técnica, possui “alma de botonista”, uma característica não tão comum nos dias atuais. Um botonista de alma, não comenta somente o placar após o jogo, mas fala do seu time e, principalmente, dos seus botões. Para ele é importante saber quem fez o gol, quem lançou a bola, quem errou no momento decisivo, etc...

É por isso que Alexandre ainda é um dos poucos adeptos às “substituições”. Se Jorge Campos erra uma chute fácil, sai para a entrada de Fito. Caso o mesmo aconteça com “Galeto Pires”, quem entra é Beijoca. No entanto Baiaco dificilmente sai.


Todos já devem ter visto Sérgio Pierobom errar chutes pela ponta direita. Cena rara quando vista no lado esquerdo do campo. Não se trata de mera coincidência, mas de Tuta, que há 30 anos é o camisa 11 do time da Ponte, tendo conquistado muitos títulos.

Cada botonista possui a sua filosofia de trabalho para com seu time. Alguns possuem idéias e tradições que beiram o limite da loucura – ou ultrapassam essa linha – ao passo que há aqueles mais céticos, que enxergam seu jogador como um mero pedaço de acrílico.

Mesmo que o time seja padronizado, Pierobom acredita que existem botões melhores e piores, assim como os jogadores de um time de futebol. No seu caso, Tuta é com certeza um titular absoluto.


Figueira talvez prefira Adãozinho, mas se perguntássemos para Tiago Pierobom – que costuma acompanhar os jogos de Figueira – qual deve ser o jogador do Corinthians a ser homenageado nesta coluna, a resposta seria rápida: Romeu!

Romeu Cambalhota ocupa a ponta esquerda do time, de onde costuma marcar muitos gols, sempre comemorados pelo seu técnico, que costuma gritar o nome do atleta. Figueira é um corinthiano fanático, e o amor que tem pelo seu plantel é realmente contagiante. Cada jogador tem a sua história, mas Romeu com certeza tem muitas histórias!


Marcelo Vinhas começou a jogar oficialmente em 1994, com o Coritiba de 1985, escalado por seu padrinho Osmar. Jogou três anos com o Brasil (Xavante), mas, numa feliz escolha, acabou voltando às origens.

Marcelo não costuma comemorar seus gols, exceto nos momentos decisivos. Sabemos que é nesses momentos que surgem as pessoas que fazem a diferença e, por que não, os botões que fazem a diferença?

Por mera coincidência, ou competência, Lela costuma estar presente nesses momentos, por isso ele foi o escolhido para aqui representar o Coritiba, que ainda conta com nomes como Toby, Índio e Edson.


Rivarola, a alma castelhana presente na defesa do Grêmio de Augusto. Uma certeza de muita confiança e segurança nas cavadas, fatores importantes na hora de evitar o lateral dois lances.

Brincadeiras à parte, o jogo de Augusto é caracterizado por uma defesa fortíssima, seja na modalidade liso ou livre. Fator crucial na escolha do atleta a representar seu time nesta coluna, contrariando a grande maioria que exibe a foto de um atacante ou meio-campista. Rivarola não marca gols, mas evita muitos!


O tradicional América Mineiro de Osmar não poderia deixar de estar aqui neste espaço. Infelizmente são raras as fotos do seu principal jogador, que aqui se apresenta vestindo a camisa do Náutico.

Há muitos anos, ao lado de Pedro Omar, Juca Show lidera o meio-campo do América, seja na forte marcação, nos cortes que evitam a saída de um zagueiro, ou nos importantes gols que costuma marcar.


Roberto Baggio. Para o treinador da Inter de Milão, Tiago Pierobom, trata-se de um nome quase divino, que não pode ser abreviado e tampouco dito de forma incompleta, para não caracterizar falta de respeito com o principal jogador da sua equipe.

Baggio, desculpe, Roberto Baggio é o artilheiro da Inter de Tiago todos os anos, além de sempre estar na disputa da artilharia dos campeonatos da Academia. O motivo é simples. Além de ser o cobrador oficial de faltas, pênaltis e ser sempre buscado nos laterais dois lances, a confiança no seu chute é maior do que nos companheiros melhor posicionados.


Magno Alves, ele mesmo. Boas (ou más) recordações guardadas por Alexandre Gomes, na época que Bruno Vieira ainda fazia parte da Associação Pelotense. Dificilmente se ouve Bruno comemorar, porém quando grita, é Magno Alves!

Bruno joga com o mesmo e tradicional Fluminense há mais de 10 anos. Seu competitivo tricolor carioca não possui uma escalação das mais lendárias do Flu, mas o fato de ter sido mantida no decorrer dos anos a fez ganhar importância.

Magno Alves é uma das estrelas, num time que ainda conta com Uidemar (grande cavador), Yan e o goleiro Wellerson.


Zinedine Zidane, ou “Zizu”, é a estrela da Juventus, de Mateus (Mathias) Pierobom. Jogador cujos gols marcados já renderam muitos berros na cara e comemorações diversas por parte do treinador. Seus erros também são inesquecíveis, com direito a régua quebrada e goleiro jogado no chão.

Mateus iniciou oficialmente jogando com o Danúbio do Uruguay, quando tinha 7 ou 8 anos e mal alcançava na mesa, para mais tarde mudar para a Juventus de Turin e nunca mais mudar.

Os treinamentos precoces junto dos demais técnicos da família Pierobom lhe renderam um talento quase único nos chutes de longa distância, muitos deles convertidos em gol por Zizu.


Paul McCartney é o principal astro, digo, jogador da Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, de Juarez Fuão. Em seu álbum, que leva o nome do time, após os Beatles cansarem de fazer música pop, Paul mostrou para o mundo um novo jeito de fazer música. Nasceu a fase psicodélica do rock.

Sem entrar no mérito da psicodelia de Paul, é claro que a qualidade das músicas que são produzidas e gravadas até hoje muito se deve aos Beatles. No entanto os grandes feitos de Paul param por aí, pois o grande artilheiro do time liso de Juarez é George Harrison, camisa 10.

Para aqueles que tiverem coragem e quiserem tirar a concentração de Juarez antes de qualquer jogo, fica uma dica: Digam que o melhor e mais brilhante Beatle foi John Lennon.


ROBERTO BATATA! Quem nunca ouviu esse grito? As respostas negativas ficam somente para aqueles que não conhecem o futebol de mesa do Rio Grande do Sul.

Sempre se ouve falar que os grandes craques daquele eterno time do Cruzeiro eram Dirceu Lopes, Joãozinho e Palhinha, o que não acontece no Cruzeiro de Paulo Zilberknop, o qual tem depositadas em Roberto Batata as suas maiores esperanças a cada jogo.

Foi descoberta no site de relacionamentos Orkut uma comunidade chamada “Roberto Batata foi o cara”. Embora a morte desse jogador tenha causado uma enorme perda para o Cruzeiro e para o futebol brasileiro, podemos dizer com segurança que no futmesa Roberto Batata ainda é o cara!


Neste caso o jogador tem uma forte semelhança com o técnico, a paixão por charutos. Somente charutos, pois ao contrário de Maradona, Jorge Malhão é um bom treinador.


Jogando com seu Valência, Otávio Vinhas ainda está no seu segundo ano no futebol de mesa, o que não impediu Baraja de já ter feito algumas vítimas, incluindo membros da família.


O lendário Paulo Malhão definitivamente não gosta deste jogador. O próprio Paulinho define seu atleta como “nojento”. Entretanto não pode negar que Robinho tem sido o principal goleador da sua equipe, embora ainda prefira fazer gols de cavador.


Luis Fernando Silva jogou muito tempo com o Fortaleza, que contava com o craque Isone, um dos principais responsáveis pelo título nacional no início dos anos 90.

Mudando para o Barcelona, muitas escalações foram feitas, mas alguns nomes nunca mais saíram depois de entrar.

O grito de Luis Fernando ao marcar é sempre o mesmo: “Ta lá dentro”. Seu atleta que mais tenta fazer gols é sempre o mesmo. Quem nunca teve que arrumar o goleiro para um “à gol 45”? Porém, quando se trata de bola na rede, Rivaldo é certamente o principal jogador do Barça.


Pedrinho Hallal começou com o Flamengo, mudando para a seleção da Argentina, para a Juventus, para a Sapucaiense (carrasco do Pelotas na segundona) e, por fim, para a seleção da Holanda. Sua notória ansiedade parece não se aplicar somente na pressa para jogar, mas também para trocar de time.

Foi na Sapucaiense que Pedrinho obteve um maior destaque através do jogador Pedrinho Maradona, que nunca jogou no time de Sapucaia, mas, segundo Pedrinho, marcou época jogando pelo rubro-negro da cidade de Pelotas. Seu time da Sapucaiense, por sua vez, era marcado por possuir no plantel grandes jogadores, como Casca (lateral direito de qualidade), Alex Silveira, Nazarildo e Paulo César Beija-Flor.

Esperamos que em sua volta ao Brasil, prevista para o ano que vem, Pedrinho obtenha nas mesas um sucesso que seja suficiente para criar um outro jogador de referência, desta vez na seleção da Holanda. Quem sabe Overmars, Bergkamp ou Van Basten? Por enquanto Pedrinho Maradona deixa saudades à torcida.